quarta-feira, 23 de julho de 2008

Os Setes Tormentos

II - Parte

Conduzida por Dantalion, eu «a Duquesa» fui levada às profundezas do Inferno. Um número considerável de pessoas, das mais diversas civilizações do mundo, estava por lá. Afinal, por que tanta surpresa, já que os rituais estão sendo realizados por toda parte? Sussurrou Sallos, que a essa altura também estava presente.
Recentemente o meu “ex” Duque Medêo concitou os verdadeiros «Aliados do Bem» de todo o mundo a reagir contra aquela onda crescente de ritualismo que invade os lares. As Associações de Investigação do Oculto (AIO – sigla utilizada por Medêo, para não atrair curiosos) estavam crescendo por toda à parte, e curiosamente, Duque Dantalion contribuía oferecendo enormes quantias ouro, para que a tal AIO pudesse fazer suas investigações. "Truque barato, mas funcionará" (pensara o Duque). A certa altura, Medêo contava com afiliações do mundo inteiro. E para um empreendedor como Dantalion, seu “mailing” crescia como esperado. Afinal, ele tinha que manter seu posto de duque dos infernos.
A certa altura, me perguntava se existia mesmo algum meio de efetuar um acordo entre mim e Dantalion. Para meu espanto, (na verdade alegria), recebi em troca das minhas habilidades vampíricas sexuais, um posto e/ou qualificação (como Duque dos Infernos frisava sempre em nossas conversas). E era preciso confiar em sua habilidade «Um inimigo a essa altura em que não se crê tem seu campo de ação mil vezes aumentado e sua tarefa de conquista plenamente facilitada». Portanto fui nomeada Duquesa do Sétimo tormento «O sétimo tormento, terror, ódio, maldições & blasfêmias». Segue uma explicação resumida dos outros seis:

I - Primeiro tormento que constitui o Inferno é a perda de Deus; então Ele dirá aos que estiverem à Sua esquerda: "Malditos, apartem-se de Mim" (Mt 25:41).

II - O segundo, o contínuo remorso de consciência;

II - O terceiro, o de que esse destino já não mudará nunca; "E estes irão para o castigo eterno".

IV - O quarto tormento é o fogo que atravessa a alma, mas não a destrói; é um tormento terrível, é um fogo puramente espiritual, aceso pela ira de Deus; "Malditos, apartem-se de mim para o fogo eterno" (Mt 25:41).

V - O quinto é a contínua escuridão, o terrível cheiro sufocante e, embora haja escuridão, os demônios e as almas condenadas vêem-se mutuamente e vêem todo o mal dos outros e o seu. "Lancem-no para fora, nas trevas" (Mt 22:13; Mt 25:30).

VI - O sexto é a continua companhia do demônio; A companhia de Satã - "Então Ele dirá aos que estiverem à Sua esquerda: "Malditos, apartem-se de Mim para o fogo eterno preparado para o diabo e seus anjos".(Mt 25:41).

VII - O sétimo tormento, o terrível desespero, ódio a Deus, maldições, blasfêmias. O desespero. "Ali haverá choro e ranger de dentes" (Mt 22:13; Mt 24:51; Mt 25:30).

Mas não é ó fim dos tormentos. E Sallos era mestre em criar outros tantos tormentos especiais para cada alma, “os tormentos dos sentidos” era seu favorito. Existem terríveis prisões subterrâneas, abismos de castigo, onde um tormento se distingue do outro. Essa era sua diversão dos fins de semana. Verificar que o pecador atormentado com o sentido com que pecou, torne-se escravo dele por toda a eternidade.
Sallos criara o chamado «Inconsciente Coletivo», em uma revolucionária interpretação de teses e experimentos. O cérebro humano está preparado para receber do exterior não apenas os * impulsos sensoriais conhecidos, mas também, em certos estados especiais, como transe hipnótico, impulsos gestálticos que propiciam a existência de uma ** consciência marginal.


«Cada alma é atormentada com o que pecou, de maneira horrível e indescritível».

* Cheiros para o nariz, cores para os olhos, sons para os ouvidos, formas para o tato etc.
** Nestes casos o cérebro humano seria governado de fora, o córtex receberia ordens de fora (Sallos adorava esse trabalho), e assim seus fiéis servos “pacientes” estariam agindo por controle remoto, manobrado por uma entidade bem conhecida «Dantalion» e que poderia modificar os elementos funcionais e fundamentais da razão e induzir a pratica de estranhos atos, idiomas desconhecidos entre outros poderosos elementos.

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