III - Parte
Doron era uma pequena e velha “aldeia de pedras”, assim chamada pelo povo local e foi lá em meio há inúmeras ruas as quais mais pareciam labirintos, que Stevenote von Audebert (conhecida como feiticeira) fazia seus experimentos.
Passível de ser uma bruxa, Audebert declarava aos curiosos que as bruxas apenas podem realizar os seus feitos mágicos, se auxiliadas pelo Diabo. E que as bruxas lançam feitiços e encantamentos, assim como os remédios que podem proteger contra tais fenômenos mágicos. Assim Audebert levava sua vida. Mantendo longe curiosos e recrutando jovens e belas mulheres, (para serem servas do Diabo), de forma a fazê-las gradualmente cair da tentação carnal e subseqüentemente a ceder ao caminho das trevas (ela tinha lido isso em um algum livro, um tal de Malleus Maleficarum).
Próximo da aldeia havia um vilarejo (cujas ruas e becos eram sinistras e cheuas de ratos). Nele vivia um albino de longos e cacheados cabelos louros. Era o Conde Marax (o vigésimo primeiro espírito), um grande instrutor e sábio em astronomia, e também de todas as ciências liberais restantes, além de um profundo conhecedor das ervas e pedras preciosas.
Durante o trabalho das suas invocações diárias, Marax fazia uso de uma espécie de diário onde ele lançava livremente suas impressões acerca dos experimentos empreendidos. Este diário facilitaria a consulta ou mesmo alguma revisão que o próprio porventura viesse a necessitar. Nele estariam todos os experimentos registrados, e este registro deveria ser o mais completo possível, em todos os detalhes.
Certa manhã em Doron, Audebert fazia uma mistura de Artemísia e Absinto (que poderia ser considerada, por suas qualidades indutoras de visualizações) quando de repente ouviu alguém bater à sua porta. Era seu vizinho **Baal que já estava incomodado pela fumaça do incenso (a *fumaça poderia ser usada como meio de materializarão do espírito e que por isso deveria ser posta dentro de um triangulo) e acreditem ou não nem a própria Audebert conseguia enxergar um palmo a sua frente.
Baal serrava os olhos para tentar ver se conseguia entender o que se passava naquela cabana cheia de acessórios estranhos. Audebert tentava distraí-lo e empurrá-lo para fora de sua cabana era a idéia mais sensata naquele momento, mas do lado leste ouvia-se outro estrondo desta vez dentro da pequena cabana (era algo borbulhando em um imenso caldeirão). Enquanto isso o vizinho curioso contou de uma só vez uma mitra, uma capa, uma veste branca longa de linho e outros trajes similares, perfumes e quem sabe um fogareiro com carvão de madeira doce para incensar o ambiente das operações. E compreendeu em um instante que era preciso chamar seu amigo o Conde Marax, pois ali se encontrava não apenas uma bruxa, mas algo bem mais intrigante.
(...) continua
* NT (seja isso verdade ou não a fumaça e o aroma são certamente estímulos sensórios que poderiam ajudar no trabalho. Se o uso de incenso for feito. Completando o ambiente ritual, talvez seja interessante colocar alguma música de fundo que ajude a manter e criar uma atmosfera adequada).
** O primeiro espírito é o de um rei que governa no leste, senhor da tempestade e da fecundidade, chamado Bael, ou Baal. Seu nome vem da palavra ba’l e significa “dono”, “senhor”. Este espírito fala atropeladamente e guarda o poder de torná-lo invisível. Ele reina sobre 66 legiões de espíritos infernais e manifesta-se sob variadas formas, às vezes como um homem, e às vezes de todas as formas possíveis de uma vez.
quinta-feira, 31 de julho de 2008
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